Influência cultural dos negros em Paris

Paris é uma cidade cosmopolita que envolve muitas nacionalidades e histórias. Uma delas, pouco conhecida ou mesmo desconhecida, é a história dos negros em Paris.

A cultura relacionada aos afrodescendentes na França foi frequentemente negligenciada e é importante uma imersão numa Paris diferente, original e única. A história dos negros em Paris começou com uma viagem de homens e mulheres que fizeram a cidade vibrar e evoluir através das lentes da diversidade.

Primeiro encontro com a liberdade, igualdade e fraternidade

A história de amor entre Paris e os negros americanos começou em 1917, segundo o historiador Pap Ndiaye. Durante a primeira guerra mundial, cerca de 200 000 soldados negros americanos chegaram no território francês para descarregar barcos e tiveram seu primeiro contato com outra sociedade, no qual negros e brancos se misturavam sem nenhum linchamento ou ameaça. Logo, eles perceberam que a realidade que viviam nos Estados Unidos era diferente e injusta.

Fugir da segregação racial nos Estados Unidos

A França foi um dos lugares para fugir da segregação racial. Muitas gerações de artistas negros americanos fugiram da segregação racial e encontraram asilo em Paris, principalmente, depois da guerra. Uma primeira onda de artistas chegou na década de 1920 entre eles: Joséphine Baker, Sidney Bechet, Langston Hughes, Harlem Renaissance, entre outros. Mas foi depois da Segunda Guerra Mundial que o fenômeno realmente decolou.

O primeiro a se estabelecer em Paris apos a segunda guerra foi o romancista negro Richard Wright famoso pelos livros de sucesso: Black Boy, Os Filhos do Tio Tom e O Filho Nativo. Richard Wright foi neto de escravos, abandonado pelo pai devido ao alcoolismo e perseguido pelo racismo nos Estados Unidos por longos anos, ele decide ir para Paris com sua família em 1946.

A França com seu lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” é o país onde ele pode exprimir suas ideias livremente. Ele morre em Paris deixando uma obra que ele desejava que unisse dois mundos, o mundo dos brancos e o mundo dos negros, afim que fosse apenas um. As cinzas do escritor estão no Pére-Lachaise.

Mas a Paris dos negros vai além do jazz…

Entre Quartier Latin e Saint-Germain encontra-se a história de grandes figuras intelectuais, artísticas e políticas que marcaram a história de Paris, o mundo negro e o jazz. Mas fica do outro lado do Sena, na Rive Droite, o multiculturalismo e a terra dos imigrantes.

A descoberta da Paris negra: do jazz ao multiculturalismo migratório Foto por Steven Lasry – Unsplash

O Paris Preto de hoje se descobre nos bairros populares que envolve Chatêau Rouge, Goutte d’Or e a parte baixa Montmartre. Apesar de ser uma área urbana sensível, a região possui sinais de imigração com uma grande diversividade cultural. Por exemplo, nos rituais religiosos na Rua Myrha, onde os fiéis muitas vezes oram nas ruas devido a saturação da mesquita. Mas também é possível observar maior movimentação, variedade de lojas/produtos e presença de comércio informal, reforçando a identidade negra de Paris dos dias atuais.

Os negros dos anos 30 eram mais aceites pelos franceses que a força de trabalho imigrante dos anos 70. Porém, cada componente da diversidade precisa que sua história seja reconhecida, para então se fundir às massas e se tornar invisível.

Tour para conhecer Paris Preto de antigamente aos dias atuais

Um tour guiado que ira contar a história em detalhes de uma Paris pouco conhecida mais cheia de energia é o Paris Noir que é inglês ou em francês.

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